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A Metáfora do Símbolo Paralímpico


Símbolos e Metáforas

Já dizia Milton Erickson que toda pessoa é única e cria sua própria metáfora.


Talvez daí o antigo costume da humanidade em criar símbolos, cultivá-los, significá-los e por fim perpetuá-los como parte de seu legado.


Os símbolos são frequentemente em sua essência algo que representa ou designa outra coisa, sejam os mais comuns, simples e mundialmente famosos tais quais o semáforo de trânsito e os contemporâneos Emoticons, ou até mesmo símbolos ocultos e subliminares que permeiam desde o mundo das artes aos logotipos de corporações e que são capazes de afoitar os ânimos dos fãs das mais diversas teorias da conspiração.


Eu acredito que um Símbolo é a Metáfora em seu estado de Excelência e as metáforas por sua vez têm o poder de estabelecer uma profunda ligação com nossas emoções e comportamentos.


Para o linguista George Lakoff e o filósofo Mark Johnson nosso sistema conceptual é metafórico, eles afirmam que o pensamento é corporificado e se desenvolve através da percepção, do movimento, e da experiência física, sendo a metáfora a ferramenta para "compreender e experienciar uma coisa em termos de outro."


Lakoff e Johnson deixam claro de que "a mente e o corpo não são independentes como quer a longa tradição metafísica do mundo ocidental, tradição essa consagrada pelo cartesianismo".


O começo de toda atividade cognitiva seria a experiência humana de lidar com o mundo externo. E para lidar com o mundo externo com criatividade há que se transformar nosso mundo interno, nossas crenças e valores.


Em meus trabalhos como Coach e Professor a utilização das metáforas é também, uma maneira de contornar obstáculos conscientes e provocar a criatividade da mente inconsciente. Trabalhar nesse nível garante que as mudanças sejam congruentes e alinhadas com os valores mais profundos do indivíduo, possibilitando assim a necessária Ação Transformadora.


Para exemplificar o poder das metáforas, não encontro melhor exemplo na literatura do que o livro mais vendido de todos os tempos, o qual é basicamente composto em metáforas, isso mesmo, a Bíblia.


Talvez o cinema, a poesia, as músicas e as artes de um modo geral sejam excelentes exemplos das metáforas da vida, mas ainda prefiro o esporte, quem sabe por sua maior proximidade com a realidade, ainda que existam seres como Phelps e Bolt.


Os atletas são especialistas na arte de superar obstáculos através da flexibilidade de comportamentos, e se notabilizam por ampliar suas possibilidades de conquistas ao desafiar as barreiras dos estados mentais, certo? E o que dizer então dos atletas Paralímpicos?


Símbolo e Lema Paralímpico


O símbolo paralímpico, chamado de Agito (Eu Movo, em Latim), é composto por três elementos nas cores vermelha, azul e verde, as cores de bandeiras mais comuns ao redor do mundo. Nesse quesito, ele é semelhante ao olímpico, que possui os anéis nas únicas cinco cores permitidas em bandeiras nacionais. Os cinco anéis olímpicos representam também os cinco continentes.


Até 2008, as Paralimpíadas, jogos esportivos envolvendo pessoas com algum tipo de deficiência, eram chamadas no Brasil de Paraolimpíadas. No entanto, foi durante o lançamento da logomarca dos Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio, que oficialmente o nome dos jogos perdeu a letra “o” e passou a ser chamado de Paralimpíadas a pedido do Comitê Paralímpico Internacional.


A intenção foi igualar o nome ao uso de todos os outros países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas.


A palavra vem do inglês "paralympic", que mistura o início do termo "paraplegic" e com o final de "olympics" para designar o atleta paralímpico.


O lema dos Jogos Paralímpicos é Mind, Body and Spirit in Motion (Mente, Corpo e Espírito em Movimento).


Assim como as Olimpíadas os jogos Paralímpicos não são uma competição para determinar quais são os melhores atletas, selecionar os vencedores, coroar os maiores e mais extraordinários. Seu sentido é expor o que a humanidade pode fazer de melhor quando deseja ser o melhor.


E o melhor exemplo que tenho disto é o sétimo princípio de Milton Ericskon, o qual possa lhe dar uma dimensão mais ampla, quem sabe por sua complexa obviedade “Há poder no intercâmbio da Vulnerabilidade”.


Que o diga o maravilhoso levantar de Márcia Malsar* aplaudida de pé pelo Maracanã lotado na abertura dos jogos Paralímpicos do Rio 2016.




*1ª atleta a ganhar o ouro na história do atletismo paralímpico brasileiro e dona de 4 medalhas entre 1984 e 1988



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